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O papel dos bancos e do judiciário nas recuperações judiciais

Sistema financeiro precisará ser mais flexível e Justiça deverá olhar pelas empresas, geradores de emprego e arrecadação

A partir de agosto, quando é esperado um aumento dramático nos pedidos de recuperação judicial no Brasil devido à pandemia causada pelo coronavírus, os grandes bancos e o poder judiciário estarão ainda mais sob os holofotes. Por parte das instituições financeiras, quase sempre os principais credores de empresas endividadas, anseia-se postura flexível de negociação. Da Justiça, aspiram-se decisões que privilegiem as empresas geradoras de emprego e de arrecadação, em vez dos bancos, que, a despeito da pandemia, seguem com lucro em alta.

Por ora, bancos, comumente agressivos na hora de negociar seus créditos, têm se portado de maneira mais transigente. Além de abertos ao diálogo, há certa consonância na negociação de prazos e formas de pagamento. No entanto, a desaceleração sem precedentes da economia deve provocar uma crise de insolvência ainda maior no segundo semestre e colocarão à prova o papel dos bancos e do judiciário.

Lamentavelmente, muitas empresas, pequenas, médias e grandes, não conseguirão atravessar a crise sem optar pela recuperação judicial. Estimamos que 5 mil empresas entrarão com pedido para negociar suas dívidas juridicamente em 2020 e 2021. É um número sem precedentes na história do país. É 20% maior do que a soma dos pedidos ajuizados em 2017, 2018 e 2019.

Carlos Deneszczuk e Daniel Amaral Sócios da DASA Advogados

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